quarta-feira, 17 de abril de 2013

Reflexão: A escola dos bichos

Reflexões sobre a Escola

A escola dos bichos

Era uma vez um grupo de animais que quis fazer alguma coisa para resolver os problemas do mundo.
Para isto, eles organizaram uma escola.
A escola dos bichos estabeleceu um currículo de matérias que incluía correr, subir em árvores, em montanhas, nadar e voar.
Para facilitar as coisas, ficou decidido que todos os animais fariam todas as matérias.O pato se deu muito bem em natação; até melhor que o professor !
Mas quase não passou de ano na aula de vôo, e estava indo muito mal na corrida.Por causa de suas deficiências, ele precisou deixar um pouco de lado a natação e ter aulas extras de corrida.
Isto fez com que seus pés de pato ficassem muito doloridos, e o pato já não era mais tão bom nadador como antes.
Mas estava passando de ano, e este aspecto de sua formação não estava preocupando a ninguém - exceto, claro, ao pato.
O coelho era de longe o melhor corredor, no princípio, mas começou a ter tremores nas pernas de tanto tentar aprender natação.
O esquilo era excelente em subida de árvore, mas enfrentava problemas constantes na aula de vôo, porque o professor insistia que ele precisava decolar do solo, e não de cima de um galho alto.
Com tanto esforço, ele tinha câimbras constantes, e foi apenas "regular" em alpinismo, e fraco em corrida.
A águia insistia em causar problemas, por mais que a punissem por desrespeito à autoridade.
Nas provas de subida de árvore era invencível, mas insistia sempre em chegar lá da sua maneira...
Na natação deixou muito a desejar...Cada criatura tem capacidades e habilidades próprias, coisas que faz naturalmente bem.
Mas quando alguém o força a ocupar uma posição que não lhe serve, o sentimento de frustração e até culpa, provoca mediocridade e derrota total.
Um esquilo é um esquilo; nada mais do que um esquilo.
Se insistirmos em afastá-lo daquilo que ele faz bem, ou seja, subir em árvores, para que ele seja um bom nadador ou um bom corredor, o esquilo vai se sentir um incapaz.
A águia faz uma bela figura no céu, mas é ridícula numa corrida a pé.
No chão, o coelho ganha sempre. A não ser, é claro, que a águia esteja com fome !
O que dizemos das criaturas da floresta vale para qualquer pessoa.
Deus não nos fez iguais. Ele nunca quis que fôssemos iguais.
Foi Ele quem planejou e projetou as nossas diferenças, nossas capacidades especiais.

Rubem Alves já dizia: "As inteligências dormem, inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo. Elas são ferramentas e brinquedos do desejo..."
Acho que a história acima descrita, ainda que com suas peculiaridades, é a versão literária da teoria das Inteligências Múltiplas estudada por Gardner. Sem pretensão de fazer aqui um estudo desta teoria o que estamos nos propondo é fazer uma reflexão sobre a função da escola como instituição privilegiada de construção de conheciementos e saberes.
A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:
  • Nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem aprendem da mesma maneira.
  • Ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.
  • A tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender as capacidades e interesses dos alunos de uma escola.

Fonte: http://sobreeducacao.blogspot.com.br/2007/12/reflexes-sobre-escola.html

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